Expectativa de inflação para esse ano passou de 4,16% para 4,05%. Pesquisa foi realizada pelo BC na semana passada e divulgada nesta segunda-feira (10).

Por Alexandro Martello, G1, Brasília

10/09/2018

Os analistas do mercado financeiro reduziram sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 e também passaram a estimar uma inflação mais baixa para esse ano.

As expectativas constam no boletim de mercado, também conhecido como relatório “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (10) pelo Banco Central. O relatório é resultado de levantamento feito na semana passada com mais de 100 instituições financeiras.

Para o PIB desse ano, a previsão do mercado financeiro recuou de 1,44% para 1,40%. Essa foi a terceira queda seguida do indicador.

O Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

Para o ano que vem, a expectativa do mercado para expansão da economia continuou em 2,50%. Os economistas dos bancos também não alteraram a previsão de expansão da economia para 2020 e para 2021 – que continuou em 2,5% para esses anos.

Nesse mês, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB brasileiro cresceu 0,2% no 2º trimestre de 2018, na comparação com os três meses anteriores.

O resultado foi sustentado pelo setor de serviços e pressionado por forte queda da indústria e dos investimentos, reforçando a leitura de perda de ritmo e recuperação ainda mais lenta da economia brasileira.

Inflação

Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, os economistas do mercado financeiro reduziram sua estimativa de 4,16% para 4,05% para esse ano. Foi a segunda queda consecutiva do indicador.

Com isso, a expectativa do mercado segue abaixo da meta de inflação, que é de 4,5% neste ano, e dentro do intervalo de tolerância previsto pelo sistema. A meta terá sido cumprida se o IPCA, a inflação oficial do país, ficar entre 3% e 6% em 2018.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).

Para 2019, os economistas das instituições financeiras mantiveram sua estimativa de inflação em 4,11%. A meta central do próximo ano é de 4,25%, e o intervalo de tolerência do sistema de metas varia de 2,75% a 5,75%.

Outras estimativas

  • Taxa de juros – O mercado manteve estável em 6,50% ao ano sua estimativa para a taxa básica de juros da economia, a Selic, ao final de 2018 – atual patamar e piso histórico. Para o fim de 2019, a expectativa do mercado financeiro para a Selic continuou em 8% ao ano. Deste modo, os analistas seguem prevendo alta dos juros no ano que vem.
  • Dólar – A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 ficou estável em R$ 3,80 por dólar. Para o fechamento de 2019, permaneceu inalterada em R$ 3,70 por dólar.
  • Balança comercial – Para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2018 continuou em US$ 55 bilhões de resultado positivo. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado para o superávit permaneceu em US$ 47,1 bilhões.

Investimento estrangeiro – A previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em 2018, permaneceu estável em US$ 67 bilhões. Para 2019, a estimativa dos analistas ficou inalterada em US$ 74 bilhões.

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