Indicador reforça leitura de perda de fôlego da recuperação da economia em 2018.

 

Por Reuters

18/09/2018

 

A intenção de investimentos da indústria no Brasil voltou a cair no terceiro trimestre e atingiu o nível mais baixo em um ano, devido ao quadro de incertezas e fraco crescimento econômico, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira (18).

 

O Indicador de Intenção de Investimentos da Indústria recuou para 113,0 pontos no terceiro trimestre, queda de 3,1 pontos sobre os três meses anteriores, de acordo com a FGV, no nível mais baixo desde o terceiro trimestre do ano passado (105,1 pontos).

 

O indicador mede a disseminação do ímpeto de investimento entre as empresas industriais, colaborando para antecipar tendências econômicas.

 

“A redução do ímpeto de investimentos industriais no terceiro trimestre é mais um sinal de perda de fôlego da economia em 2018. A contínua elevação das incertezas e o baixo crescimento da economia continuarão contendo uma retomada mais firme dos investimentos até o final deste ano”, afirmou, em nota, o superintendente de estatísticas públicas da FGV IBRE, Aloisio Campelo Jr.

 

Mas embora tenha sofrido a segunda queda seguida, o indicador de intenção de investimentos permanece acima de 100 pontos, nível em que a proporção de empresas que prevê aumentar o volume de investimentos produtivos nos 12 meses seguintes é superior à das que projetam reduzir os investimentos, destacou a FGV.

 

No terceiro trimestre, a proporção de empresas que estavam certas quanto à execução do plano de investimentos era de 27,5%, ante 31,9% de empresas incertas.

 

A economia brasileira vem mostrando um ritmo lento de crescimento, com avanço do Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 0,2 por cento no segundo trimestre sobre o período anterior, segundo dados do IBGE, em meio ao desemprego ainda alto e às incertezas às vésperas da eleição presidencial de outubro.

 

Para este ano, os economistas consultados na pesquisa Focus do Banco Central vêm reduzindo suas projeções para o PIB, e preveem agora um crescimento de 1,36 por cento.

 

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