Índice retornou a nível próximo ao de maio, mas ainda se mantém em patamar baixo em termos históricos. Segundo FGV, fim do período eleitoral gera expectativas de melhora.

Por G1

24/10/2018

Após duas quedas mensais seguidas, a confiança do consumidor brasileiro cresceu em outubro, em meio às expectativas sobre o desfecho das eleições e redução da incerteza política, informou nesta quarta-feira (24) a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Em outubro, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas avançou para 86,1 pontos, ante 82,1 pontos em setembro, retornando a nível próximo a maio deste ano (86,9 pontos), se mantendo ainda em patamar baixo em termos históricos.

“O resultado mostra que, apesar de ainda não ter o resultado das urnas, o consumidor está esperançoso e otimista em relação aos próximos meses. O fim do período eleitoral diminui a incerteza política e gera expectativa de mudanças na condução da política econômica para o início do novo governo. O efeito ‘lua de mel’ é esperado, mas a continuidade desses ganhos na confiança dependerá de ações efetivas do próximo presidente”, afirma Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora da Sondagem do Consumidor.

Segundo a FGV, o subíndice que mais contribuiu para o avanço da confiança em outubro foi o de ímpeto de compras. O indicador que mede a intenção de compras de bens duráveis subiu 12 pontos atingindo 90,7 pontos, maior nível desde outubro de 2014 (92,9).

Segundo a FGV, houve aumento da confiança em todas as classes de renda, exceto para as famílias com renda entre R$ 4.800 e R$ 9.600. O maior avanço foi na classe de renda com menor poder aquisitivo (renda familiar até R$ 2.100 mensais), cujo índice subiu 9,3 pontos.

O levantamento coletou informações de 1944 domicílios entre os dias 01 e 20 de outubro.

Em outubro, o Índice de Situação Atual (ISA) registrou queda de 0,4 ponto, para 71,9 pontos. Mas esse resultado foi compensado pelo ganho de 6,9 pontos no Índice de Expectativas (IE), que foi a 96,6 pontos, o maior nível desde abril de 2018.

O indicador sobre as perspectivas para a situação econômica nos seis meses seguintes registrou avanço de 6,1 pontos, para 106,1 pontos, o patamar mais elevado desde maio de 2018.

O cenário no Brasil é de ritmo fraco de crescimento da atividade econômica aliada a um desemprego ainda elevado e incertezas acentuadas com o cenário eleitoral, o que vem contendo o ímpeto de consumo e de investimentos.

Segundo a última pesquisa Focus do Banco Central, a expectativa do mercado é que a economia cresça 1,34% em 2018, menos da metade do que era esperado do começo do ano.

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