No acumulado em 12 meses, avanço ainda é de 2,3%, mas setor perde ritmo frente aos meses anteriores.

Por Darlan Alvarenga, G1

04/12/2018

A produção industrial brasileira cresceu 0,2% em outubro, na comparação com setembro, segundo divulgou nesta terça-feira (4) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da primeira taxa positiva após três meses de queda.

Na comparação com outubro do ano passado, o avanço foi de 1,1%.

Apesar do crescimento em outubro, o avanço no mês ainda não compensou as perdas nos 3 meses anteriores, que acumularam uma redução de 2,7% na atividade.

No acumulado no ano e em 12 meses, a produção continua registrando alta, de 1,8% e de 2,3% respectivamente. Entretanto, houve perda de ritmo frente aos meses anteriores. Em setembro, a taxa acumulada em 12 meses era de 2,7%, e em agosto, de 3,1%.

O resultado veio abaixo do esperado. As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de alta de 1,2% na variação mensal e de 2,3% na base anual.

17 dos 26 ramos avançam

Dos 26 ramos industriais pesquisados, 17 registraram crescimento em outubro. Os principais destaques foram indústrias extrativas (3,1%), máquinas e equipamentos (8,8%), veículos automotores, reboques e carrocerias (3,0%) e bebidas (8,6%).

Entre as grandes categorias econômicas, o maior avanço foi na produção de bens de consumo duráveis (4,4%), influenciada, em grande parte, pela maior produção de automóveis. O segmento de bens de capital cresceu 1,5%. Já os setores de bens intermediários e de bens de consumo semi e não-duráveis recuaram 0,3% e 0,2%, respectivamente.

No acumulado no ano, 19 dos 26 ramos registram crescimento, com o setor automotivo exercendo a maior influência positiva, impulsionada, em grande parte, pelos itens automóveis, caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões, reboques e semirreboques e autopeças.

Por outro lado, 7 atividades ainda acumulam queda, com destaque para produlção de produtos alimentícios (-4,5%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-3,7%) e de couro, artigos para viagem e calçados (-3,4%).

O setor alimentício registrou em outubro o quarto mês consecutivo com queda, e acumulou uma redução de 8,4% em 4 meses, afetado principalmente pela produção de açúcar.

“Por causa de preços mais atraentes, o etanol tem sido mais vantajoso para as usinas, o que provocou uma queda na produção de açúcar em detrimento do biocombustível. Tanto que é possível observar um crescimento no setor de combustíveis, no mesmo período em que há um declínio no setor alimentício”, disse o gerente da pesquisa, André Maced

Recuperação lenta

A recuperação do setor, assim como a do restante da economia brasileira, segue em ritmo lento.

A economia brasileira avançou 0,8% no 3º trimestre, na comparação coo o segundo, segundo divulgou o IBGE na última sexta-feira. O PIB da indústria cresceu 0,4%, no primeiro resultado positivo no ano.

Para o ano de 2018, a previsão do mercado é de alta de 1,32% do PIB do Brasil, segundo a última pesquisa Focus do banco Central. Para 2019, a projeção é de alta de 2,5%.

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