Na sétima queda consecutiva, estimativa de inflação para 2018 passa de 3,89% para 3,71%. Previsão de alta do PIB neste ano recua de 1,32% para 1,30%.

Por Alexandro Martello, G1 — Brasília

10/12/2018

Os economistas do mercado financeiro baixaram a expectativa de inflação para 2018 e também reduziram a previsão de crescimento da economia para este ano.

As estimativas constam no boletim de mercado, também conhecido como relatório “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (10) pelo Banco Central (BC). O relatório é resultado de levantamento feito na semana passada com mais de 100 instituições financeiras.

Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, o mercado financeiro reduziu a previsão de 3,89% para 3,71% para este ano. Foi a sétima queda seguida deste indicador.

A expectativa do mercado segue abaixo da meta de inflação, que é de 4,5% neste ano, e dentro do intervalo de tolerância previsto pelo sistema. A meta terá sido cumprida se o IPCA ficar entre 3% e 6% em 2018.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).

Para 2019, os economistas das instituições financeiras diminuíram sua expectativa de inflação de 4,11% para 4,07%, na sétima queda seguida do indicador. A meta central do próximo ano é de 4,25%, e o intervalo de tolerância do sistema de metas varia de 2,75% a 5,75%.

ESTIMATIVAS DO RELATÓRIO FOCUS

PREVISÃO 2018 2019
Produto Interno Bruto (PIB) 1,30% 2,53%
Inflação 3,71% 4,07%
Taxa básica de juros (Selic) 6,50% 7,50%
Dólar R$ 3,78 R$ 3,80
Balança comercial (saldo) US$ 58 bilhões US$ 53,4 bilhões
Investimento Estrangeiro Direto US$ 70 bilhões US$ 77,2 bilhões

Fonte: Banco Central

Produto Interno Bruto

Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, a previsão do mercado financeiro recuou de 1,32% para 1,30% na semana passada. Foi a segunda queda seguida do indicador.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

A queda na previsão de alta do PIB para este ano aconteceu após a divulgação do resultado do terceiro trimestre – que apontou crescimento de 0,8% contra os três meses anteriores.

Para o ano que vem, a expectativa do mercado financeiro para expansão da economia permaneceu em 2,53%.

Os economistas dos bancos também não alteraram a previsão de expansão da economia para 2020 e para 2021 – que continuou em 2,5%.

Outras estimativas

  • Taxa de juros – O mercado manteve estável em 6,50% ao ano a estimativa para a taxa básica de juros da economia, a Selic, ao final de 2018 – atual patamar e piso histórico. Para o fim de 2019, a expectativa do mercado financeiro recuou de 7,75% para 7,50% ao ano. Mesmo assim, os analistas seguem prevendo alta dos juros no ano que vem.
  • Dólar – A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 subiu de R$ 3,75 para R$ 3,78 por dólar. Para o fechamento de 2019, continuou R$ 3,80 por dólar.
  • Balança comercial – Para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2018 ficou estável em US$ 58 bilhões de resultado positivo. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado para o superávit subiu de US$ 52,2 bilhões para US$ 53,4 bilhões.
  • Investimento estrangeiro – A previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em 2018, continuou em US$ 70 bilhões. Para 2019, a estimativa dos analistas avançou de US$ 76 bilhões para US$ 77,2 bilhões.
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