As vendas no varejo da China em novembro cresceram em seu ritmo mais fraco desde 2003 e a produção industrial teve o menor crescimento em quase três anos, à medida que a demanda doméstica diminuiu ainda mais.

Por Reuters

14/12/2018

As vendas no varejo da China cresceram em novembro no ritmo mais fraco desde 2003 e a produção industrial aumentou à taxa mais fraca em quase três anos uma vez que a economia perdeu ainda mais força, aumentando a pressão sobre Pequim para acabar com a disputa comercial com os Estados Unidos.

A segunda maior economia do mundo tem perdido força nos últimos trimestre conforme a campanha do governo para conter os empréstimos paralelos aumentam a tensão financeira sobre as empresas, em um golpe à produção e ao investimento.

A desaceleração nas indústrias chinesas e as tensões comerciais começaram a pesar sobre a confiança do consumidor, afetando as vendas no varejo. Itens maiores foram os primeiros a serem afetados, com as vendas de automóveis caindo desde maio.

As vendas no varejo subiram 8,1% em novembro na comparação com o ano anterior, mostraram dados da Agência Nacional de Estatísticas nesta sexta-feira, contra expectativa de alta de 8,8%, o ritmo mais fraco desde maio de 2003. Em outubro as vendas tinham aumentado 8,6%.

As vendas de automóveis despencaram 10% sobre o ano anterior, em linha com dados da indústria mostrando que as vendas caíram 14% em novembro — queda mais acentuada em quase sete anos.

A produção industrial aumentou 5,4% em novembro na comparação anual, contra estimativa de analistas de alta de 5,9% e igualando o ritmo visto em janeiro-fevereiro de 2016.

No fim de semana, a China informou exportações e importações bem mais fracas do que o esperado, refletindo demanda global mais lenta.

Com o crescimento econômico no ritmo mais fraco desde a crise financeira global, as autoridades chinesas estão aumentando os gastos, pressionando os bancos a aumentar o empréstimo e cortar impostos para sustentar os negócios e conter um recuo ainda mais danoso.

Os dados fracos de novembro mostram que a pressão de queda sobre a economia está aumentando, disse Mao Shengyong, porta-voz da agência de estatísticas.

Mas a China está a caminho de atingir a meta de crescimento econômico de 2018 de 6,5%, disse Mao a repórteres.

Queda na produção do aço

A produção de aço bruto da China caiu ao menor nível em sete meses em novembro, mostraram dados do governo publicados nesta sexta-feira, pressionada por encolhimento de margens de lucro das usinas e restrições contra poluição no inverno.

O maior produtor de aço do mundo acumulou volume de 77,62 milhões de toneladas de aço em novembro, ante recorde de 82,55 milhões em outubro. A produção do mês passado foi a mais baixa desde abril, segundo os dados da agência nacional de estatísticas do país (NBS). Em novembro do ano passado, a China produziu 66,15 milhões de toneladas de aço.

A média de produção diária também caiu ao menor nível desde abril, para 2,59 milhões de toneladas, segundo cálculos da Reuters, acima da média de 2,2 milhões de novembro do ano passado.

As margens de lucro das siderúrgicas chinesas recuaram mais de 66% em novembro, segundo dados da acompanhados pela Jinrui Futures, por causa de excesso de oferta no mercado e demanda fraca.

Queda nos mercados acionários

Os índices acionários chineses recuaram nesta sexta-feira, com os investidores preocupados com a situação da economia.

O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 1,7%, enquanto o índice de Xangai teve queda de 1,5%. O subíndice do setor financeiro recuou 1,69%, o de consumo teve queda de 1,39%, o setor imobiliário caiu 2,02%, enquanto o subíndice de saúde recuou 2,75%.

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