Empresa divulga nesta quarta-feira após o fechamento do mercado seus resultados do quarto trimestre e consolidado de 2017

Por Redação Exame

27 fev 2019

Depois de anos quatro anos de prejuízos, a Petrobras parece ter realmente deixado o mau tempo para trás em 2018. A expectativa de analistas ouvidos pela Bloomberg é de que a petroleira lucre cerca de 34 bilhões de reais em 2018, resultado bem mais animador do que os 446 milhões de reais em prejuízo de 2017. A divulgação dos resultados do quarto trimestre e do consolidado do ano passado é esperada para esta quarta-feira, após o fechamento do mercado.

A geração de caixa, medida pelo Ebitda, também deve ser maior que os 76,5 bilhões de reais de 2017 – os analistas estimam cerca de 118 bilhões de reais. E a receita deve crescer cerca de 23%, para 348 bilhões de reais (em 2017 ficou em 283,7 bilhões de reais). “Esperamos que as perdas com baixas contábeis e provisionamento de ações judiciais movidas contra a empresa devem ser mais amenas neste balanço do que foi nos últimos anos”, diz Fernando Bresciani, analista da Mirae Asset Wealth Management.

Para o quarto trimestre, a expectativa da Mirae é de receita de 98 bilhões de reais contra 76,5 bilhões nos últimos três meses de 2017, Ebitda de 29,9 bilhões de reais e lucro de 6,6 bilhões de reais. Em quarto período de 2017, o Ebitda de cerca de 13,0 bilhões de reais e prejuízo de 5,5 bilhões de reais.

“O pior já passou e daqui para frente os resultados da Petrobras devem vir mais positivos. A empresa já mostra melhora operacional, redução de despesas e há ainda a expectativa de que a nova gestão venda mais ativos que não interessam ao negócio”, diz Bresciani, da Mirae.

Em janeiro, um novo presidente foi nomeado para a estatal. O economista Roberto Castello Branco foi indicado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL) para substituir Ivan Monteiro no comando da petroleira. O plano, segundo Castello Branco, é acelerar a exploração do pré-sal e vender empresas vinculadas à estatal, mas que não estão ligadas a sua atividade principal – produção e exploração de petróleo.

Desde o início do novo governo Bolsonaro, as ações da estatal subiram cerca de 11%, para 26,70 reais cada no fim do pregão de terça-feira. As incertezas da economia global tendem a ser um desafio relevante. Ano passado os bons resultados foram puxados em parte pelo aumento no preço do barril de petróleo, que começou 2018 na cada dos 60 dólares e chegou a bater 75 dólares. Agora, a cotação está abaixo dos 60 outra vez.

O desafio de lidar com variações dentro de seu mercado, e não com os roubos de uma quadrilha instalada em cargos estratégicos, porém, era tudo o que a petroleira almejava. Os resultados de hoje podem mostrar, neste contexto, uma virada de página.

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