Expectativa para o déficit em transações correntes de 2019, um dos principais indicadores das contas externas, passou de US$ 35,6 bilhões para US$ 30,8 bilhões. Projeção para o superávit (exportações menos importações) da balança subiu de US$ 38 bilhões para US$ 40 bilhões.
Por Alexandro Martello, G1 — Brasília
28/03/2019
O Banco Central reduziu de R$ 35,6 bilhões para US$ 30,8 bilhões sua estimativa para o rombo nas contas externas neste ano. A informação está no relatório de inflação do primeiro trimestre, divulgado pela instituição nesta quinta-feira (28).
A conta de transações correntes é formada pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior). Trata-se de um dos principais indicadores do setor externo brasileiro.
De acordo com o BC, as “perspectivas de desaceleração do crescimento global e a redução na projeção do Produto Interno Bruto (PIB) doméstico em 2019, condicionaram a revisão para baixo na estimativa de rombo”.
A lógica é que, com uma expansão menor do PIB – cuja previsão de alta caiu de 2,4% para 2% neste ano – a economia brasileira comprará menos produtos e insumos do exterior. Com isso, o rombo da contas externas será menor.
Balança comercial
Com o crescimento menor da economia, a expectativa da instituição é de que a balança comercial também tenha um resultado melhor em 2019.
Em dezembro, o BC estimou um superávit (exportações menos importações) de US$ 38 bilhões para 2019 – valor que subiu, no documento divulgado nesta quarta-feira, para US$ 40 bilhões de saldo positivo.
“A revisão da balança comercial de bens reflete a redução na projeção de crescimento econômico doméstico, bem como os efeitos da tragédia de Brumadinho sobre as exportações de minério de ferro e da expectativa de safra de soja menor neste ano”, informou o BC.