Os números refletem os impactos da pandemia na economia brasileira

Ricardo Bomfim

13/05/2020

SÃO PAULO – As vendas no varejo caíram 2,5% em março na comparação com fevereiro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pior mês de março desde 2003. Na comparação com março do ano passado, a queda foi de 1,2%.

A expectativa mediana dos economistas do mercado financeiro compilada no consenso Bloomberg era de uma retração de 5,5% na base de comparação mensal e de 3,9% no indicador na base anual. Em fevereiro, as vendas no varejo haviam crescido 4,7%.

A média móvel trimestral, após decréscimo de 0,4% no trimestre encerrado em fevereiro, recuou 1,1% no trimestre encerrado em março.

O varejo ampliado, que inclui atividades de veículos e material de construção, teve queda mais forte, mas também abaixo do esperado. A baixa na comparação anual foi de de 6,3%, ante estimativa de queda de 7,4%. Na base mensal, a queda foi de 13,7%, ante estimativa de 14,4% na comparação mensal.

Com recuo de 1,2% em relação a março de 2019 e a influência das receitas das empresas que relataram algum impacto devido ao Covid-19 nesse indicador foi de (-2,6 p.p.) enquanto a influência das que não relataram qualquer impacto foi de 1,4 p.p.

No varejo ampliado, a queda no volume de vendas das empresas impactadas pelo Covid-19 foi de -26,8%, enquanto o das que não relataram impacto recuou 3,1%. A influência do subgrupo de empresas impactadas na variação do varejo ampliado em relação a março de 2019 (-6,3%) foi de -3,7 p.p, enquanto o subgrupo das demais influiu com -2,6 p.p.

O isolamento social devido à pandemia teve impactos distintos. Seis das oito atividades pesquisadas registraram queda no volume de vendas do comércio varejista, sobretudo aquelas que tiveram suas lojas físicas fechadas em algumas cidades do país, a partir da segunda quinzena do mês. Apresentaram resultados negativos: Tecidos, vestuário e calçados (-42,2%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-36,1%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-27,4%), Móveis e eletrodomésticos (-25,9%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-14,2%), Combustíveis e lubrificantes (-12,5%).

Em contrapartida, Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (14,6%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,3%), atividades consideradas essenciais durante o período de quarentena, apresentaram avanço nas vendas frente a fevereiro de 2020.

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