Confira os destaques do noticiário corporativo da sessão desta terça-feira (26)

Equipe InfoMoney

26/05/2020

A crise provocada pela pandemia começa a ficar ainda mais visível nas empresas que atuam no Brasil e tem exigido medidas mais severas. O Grupo Latam Airlines informou que as afiliadas do Chile, Peru, Colômbia, Equador e Estados Unidos entraram com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos.

Embora a decisão não englobe as operações na Argentina, Brasil e Paraguai, a notícia pode repercutir na negociação das ações das empresas aéreas negociadas na B3.

Os balanços das companhias brasileiras também mostram os efeitos econômicos da pandemia do coronavírus, mas revelam que as empresas mais adiantadas no processo de transformação digital conseguiram compensar parte das perdas causadas pelo isolamento social. No caso do Magazine Luiza, o comércio eletrônico atingiu 53,3% das vendas totais no primeiro trimestre do ano. Confira os destaques:

Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4)

Destaque para uma notícia que pode movimentar o setor aéreo, em  meio a um cenário já complicado por conta da pandemia do novo coronavírus. O Grupo Latam Airlines informou em comunicado nesta terça-feira que a companhia e suas afiliadas no Chile, Peru, Colômbia, Equador e Estados Unidos recorreram ao Capítulo 11 da lei de falências americana, que permite prazo para que as companhias se reorganizem financeiramente.

Argentina, Brasil e Paraguai não estão incluídos no processo. No documento, a empresa aérea afirmou que “anuncia reorganização para garantir sustentabilidade no longo prazo”.

No Brasil, a Latam tem conversado com o governo sobre uma saída para a atual situação. Gol e Azul, que possuem capital aberto no Brasil, já avisaram que vão acessar os recursos ofertados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Magazine Luiza (MGLU3)

O Magazine Luiza registrou um lucro líquido de R$ 30,8 milhões no primeiro trimestre do ano, uma queda de 76,7% na comparação com igual período de 2019. As receitas líquidas totalizaram R$ 5,234 bilhões alta de 20,9%.

Apesar da queda do lucro, a empresa mostrou avanço no comércio eletrônico. O e-commerce passou de 41,4% do total das vendas no primeiro trimestre de 2019 para 53,3% nos primeiro três meses de 2020.

O Ebitda da varejista ficou em R$ 332,6 milhões, queda de 15,9% na comparação com o primeiro trimestre do ano. A margem passou de 9,1% para 6,4%.

Na avaliação dos analistas do Bradesco BBI, os resultados deixam o Magazine Luiza na posição de um dos vencedores da atual crise. O crescimento do comércio eletrônico, os prazos de entrega e a comercialização de novos segmentos, como cosméticos, foram destacados. “Vemos a queda nos lucros como uma questão menos importante, devido ao progresso estratégico significativo que está sendo feito”, avaliaram.

Para o Itaú BBA, o resultado foi positivo ao mostrar a resiliência da companhia, que conseguiu acelerar as vendas do comércio eletrônico no momento em que as lojas físicas fecharam em meados de março.

A XP Investimentos, por sua vez, destaca que o Magalu reportou resultados do primeiro trimestre que foram negativamente impactados pelo fechamento temporário das lojas no final do mês de março. Entretanto, a operação online cresceu de maneira exponencial no segundo trimestre até o momento.

Conforme destaca o analista Pedro Fagundes, da XP, a receita no período foi em linha com as expectativas, com a operação física apresentando uma queda de vendas no conceito mesmas lojas de -4,5% na base anual (alta de 8,0% ex-Covid), enquanto o e-commerce reportou um crescimento de vendas de 72,6% na comparação anual. Por outro lado, o Ebitda reportado ficou 22% abaixo da projeção da XP, com uma pressão de queda de 3,9 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre de 2019.

“Entretanto, a operação online do Magalu (cerca de 50% das vendas) cresceu de maneira exponencial no segundo trimestre até o momento (alta de 138% na base anual em abril e alta de 203% em maio até o dia 20). Na nossa visão, o ritmo da aceleração é uma surpresa positiva e mostra como a companhia está bem posicionada não só para atravessar os desafios impostos pela crise atual, mas também para continuar acelerando os seus esforços de ganho de participação de mercado e de aumento da monetização da plataforma”, avalia. A XP mantém recomendação de compra e elevou o preço-alvo de R$ 58 para R$ 71 ao final de 2020.

O Credit Suisse aponta ainda que o resultado do Magalu, que era um dos mais esperados da temporada de balanços, não desapontou e passou sinais bastante animadores em termos de vendas para o segundo trimestre de 2020.

Como esperado, os valores de vendas brutas online (GMV) apareceram como grande destaque e avançaram 72,6%, chegando a um total de 53% do GMV da empresa. A rentabilidade sofreu um pouco com a incorporação da Netshoes, investimento em nível de serviço e um mix de vendas um pouco pior. A margem Ebitda caiu cerca de 370 pontos-base na comparação anual e ficou em 5,2%.
Vale ressaltar, contudo, que o Magalu conseguiu aumentar o GMV total em 7% em abril e 46% em maio. O nível de crescimento de GMV online avançou 138% e 203% respectivamente, mesmo com a grande maioria das lojas físicas fechadas.

“As lojas físicas tem uma rentabilidade melhor do que a operação online e acreditamos que a margem no segundo trimestre deva ser um pouco pior. De toda forma, o grande apelo da história está no crescimento e nos parece razoável acreditar que o mercado irá dar um peso maior a este ponto do que a rentabilidade”, avaliam os analistas do Credit.

Eles apontam reconhecer o que consideram um trabalho brilhante feito pela gestão, mas apontam que o papel negocia a um patamar que implica expectativas bastante altas. Assim, possuem recomendação neutra para a ação, que pode ser justificada pelo ponto de que este patamar indica um nível de crescimento excessivamente forte ou então um destravamento de valor de iniciativas ainda incipientes (Magalupay, MaaS, IDPV).

Centauro (CNTO3)

A varejista de roupas e acessórios esportivos Centauro (Grupo SBF) vai realizar uma oferta pública de ações ordinárias que pode chegar a movimentar até R$ 928,8 milhões. O Conselho de Administração da empresa enviou nesta manhã à CVM o fato relevante da oferta.

A oferta será feita com esforços restritos e considera 25 milhões de ações ON, mas com possibilidade de um lote adicional de até 35% (8,75 milhões). Considerando a cotação do papel na segunda-feira, R$ 27,52, a operação pode movimentar R$ 928,8 milhões. O período de reserva termina em 2 de junho.

Marcopolo (POMO4)

Já a Marcopolo apresentou no primeiro trimestre de 2020 um lucro líquido de R$ 10,7 milhões, uma queda de 60% na comparação com igual período de 2019.

A fabricante de carrocerias de ônibus registrou uma receita líquida de R$ 919,4 milhões, alta de 2,3%. O Ebitda ajustado ficou em R$ 68 milhões, crescimento 13%.

O Bradesco BBI lembra que o fechamento das linhas de produção causado pelo avanço da Covid afetou o resultado da empresa, mas a visão para o resultado da companhia é neutra. “A classificação é baseada pelo provável adiamento dos planos de renovação de frota devido ao impacto da Covid-19; algumas das 4.800 unidades relacionadas ao programa “Estrada para a Escola” do governo federal podem ser canceladas ou adiadas; e os volumes mais baixos devem levar à deterioração da margem” explicaram.

Vale (VALE3)

A Vale anunciou, na segunda-feira à noite, que está negociando a venda de sua participação na Vale Nouvelle-Calédonie de forma exclusiva com a australiana New Century Resources.

Segundo comunicado à CVM, as negociações incluem um pacote financeiro para dar suporte a continuidade das operações da Vale Nouvelle-Calédonie.

Para o Bradesco BBI, a venda da VNC é um passo estratégico positivo para a Vale, uma vez que é um ativo de baixo desempenho. “A Vale já havia divulgado que estava analisando sua base de ativos para se concentrar nos ativos principais e rentáveis e que se enquadram na estratégia da empresa”, avaliaram os analistas em relatório a clientes.

JHSF (JHSF3)

Já o Conselho de Administração da JHSF aprovou a aquisição, por R$ 3 milhões, da Casa Fasano, que oferece serviços de buffet em todo o território nacional.

CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5)

A produção de aço bruto foi de 1,8 milhão de toneladas em abril, um recuo de 39% na comparação com igual mês do ano passado. No acumulado do ano, a queda foi de 14,3%, para 9,95 milhões de toneladas, segundo dados divulgados pelo Instituo Aço Brasil na segunda-feira.

As exportações caíram de 1 milhão de toneladas para 732 mil toneladas, uma queda de 28,8% em abril. Entre janeiro e abril, a queda foi de 16,6%, para 3,42 milhões de toneladas.

Devido à pandemia do coronavírus, o uso da capacidade instalada da indústria de aço ficou pouco acima de 40%. Em geral, o uso da capacidade instalada fica acima de 80%.

Hypera (HYPE3)

A Hypera informou em fato relevante que João Alves de Queiroz Filho concordou em pagar R$ 110,6 milhões como indenização à companhia referentes a pagamentos indevidos realizados na época em que era o administrador da companhia.

O pagamento será realizado em quatro parcelas iguais, sendo a primeira à vista e as demais nos anos seguintes.

Os pagamentos indevidos se tornaram públicos em 2016, a partir da “Operação Tira Teima”, conduzida pelo Ministério Público Federal (MPF).

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