Georgieva disse que os custos fiscais de ações para conter a pandemia e mitigar as consequências econômicas estão elevando os já altos níveis da dívida, mas é prematuro começar a retirar as necessárias redes de segurança.

Por Reuters

16/07/2020

A atividade econômica global está acelerando após um declínio sem precedentes este ano devido à pandemia de coronavírus, mas uma segunda onda de infecções pode desencadear mais problemas, disse a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva.

Georgieva disse que os custos fiscais de ações para conter a pandemia e mitigar as consequências econômicas estão elevando os já altos níveis da dívida, mas é prematuro começar a retirar as necessárias redes de segurança.

“Ainda não estamos fora de perigo”, disse ela em uma postagem de blog antes de reunião virtual no sábado de ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais do G20.

No mês passado o FMI reduziu ainda mais sua estimativa de crescimento global para 2020, prevendo contração de 4,9% e recuperação mais fraca do que o esperado em 2021.

Georgieva disse que US$ 11 trilhões em medidas fiscais pelos membros do G20 e outros países, assim como fortes injeções de liquidez por bancos centrais, limitaram as perdas da economia global.

Ainda assim, os perigos espreitam, disse ela, incluindo uma nova onda de infecções, exagero nos valores de ativos, preços voláteis de commodities, aumento do protecionismo e instabilidade política.

Segundo a a diretora gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), a crise provocada pela pandemia vai exigir a manutenção do gasto público para estimular a economia.

Kristalina Georgieva estabeleceu uma linha de prioridades: manter e se necessário ampliar as medidas de proteção social, continuar com o gasto público para estimular a economia e aproveitar a oportunidade para construir um mundo mais “justo” e “verde”.

“Temos uma daquelas oportunidades que acontecem uma vez em um século de construir melhor: um mundo mais justo e mais equitativo, mais verde e sustentável, mais inteligente e, sobretudo, mais resiliente”, completou Georgieva.

O G20, grupo dos países mais desenvolvidos do planeta e das principais nações em desenvolvimento, se reunirá em um momento de grande incerteza, depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que a pandemia segue avançando e já provocou mais de 580.000 mortes.

“Ainda não estamos fora de perigo. Uma segunda onda global da doença poderia provocar mais perturbações na atividade econômica”, advertiu Georgieva.

Georgieva admitiu que os crescentes e importantes níveis da dívida são uma preocupação séria, mas advertiu que, neste momento da crise, o custo de uma retirada prematura é maior do que a manutenção do apoio até quando for necessário.

No momento em que muitos países iniciam a reabertura, a diretora gerente do FMI admitiu que o mundo está “em uma nova fase da crise”, que vai exigir mais agilidade das políticas para assegurar uma recuperação duradoura e compartilhada.

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