Por Eduardo Simões
SÃO PAULO (Reuters) – O Instituto Butantan entrega nesta quarta-feira uma nova remessa de 2,2 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra Covid-19 do laboratório chinês Sinovac, ao Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde, informou o governo do Estado de São Paulo, ao qual o instituto é vinculado, em nota.
Com a entrega desta remessa, o total de doses da CoronaVac entregues ao PNI chegará a 27,8 milhões. O contrato do Butantan com o Ministério da Saúde prevê a entrega de 46 milhões de doses até o final de abril e de mais 54 milhões de doses até setembro, que o instituto paulista promete antecipar para agosto.
De acordo com a nota, o Butantan, que está envasando a CoronaVac no Brasil após receber o insumo farmacêutico ativo (IFA) do imunizante importado da China, aguarda para até o fim deste mês a chegada de matéria-prima suficiente para 6 milhões de doses da vacina para garantir o cumprimento da primeira parte do contrato, que prevê 46 milhões de doses até abril.
Butantan e ministério também mantêm tratativas para um lote adicional de 30 milhões de doses da CoronaVac, cujos termos de contrato estão sendo negociados entre as duas partes.
Na terça-feira, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que está envasando no Brasil a vacina contra Covid-19 da AstraZeneca com a Universidade de Oxford, reduziu em mais de 10 milhões de doses o número de vacinas a serem entregues ao Ministério da Saúde no mês de abril, passando de uma previsão inicial de 30 milhões para 18,8 milhões.
Até o momento, a Fiocruz envasou 500 mil doses da vacina da AstraZeneca e importou outras 4 milhões de doses do imunizante prontas da Índia. O Brasil também recebeu no fim de semana 1 milhão de doses da vacina da Covax Facility, iniciativa liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para dar acesso igualitário aos imunizantes contra Covid-19.
No momento, o Brasil tem apenas a CoronaVac e a vacina da AstraZeneca, ambas aplicadas em duas doses, na campanha de vacinação contra Covid-19. Segundo dados da Fiocruz, 8% do público-alvo para vacinação no Brasil recebeu a primeira dose, e 2,71% já foi imunizado com a segunda.
Na terça, o Ministério da Saúde pediu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorização para importação de 20 milhões de doses da Covaxin, vacina contra Covid-19 do laboratório indiano Bharat Biotech, que ainda não tem autorização para uso emergencial no Brasil.