SÃO PAULO (Reuters) – A colheita da safra 2020/21 de soja do Brasil atingiu 71% da área cultivada até a última quinta-feira, superando a média de cinco anos para esta época, disse a consultoria AgRural.
Com avanço de 12 pontos percentuais em uma semana, os trabalhos terminaram acima da marca de 70% vista na média dos últimos anos, embora tenham continuado atrás do ritmo do ano passado, quando alcançavam 76%, disse a AgRural em nota à imprensa nesta segunda-feira.
Especialistas já apontavam na semana passada que o clima favorável deveria ajudar a acelerar a colheita e falavam em possibilidade de os trabalhos alcançarem a média história, conforme reportagem da Reuters em 23 de março.
“O tempo mais seco favoreceu o avanço das colheitadeiras na maioria dos Estados. Em Mato Grosso, a colheita já está praticamente finalizada, mas o excesso de umidade ainda dificulta os trabalhos nos últimos talhões. De todo modo, os problemas de qualidade já diminuíram significativamente”, disse a AgRural nesta segunda-feira.
A consultoria enviou a clientes na semana passada uma revisão de safra na qual manteve sua estimativa de produção de soja do Brasil em 133 milhões de toneladas.
“Embora o excesso de chuva em diferentes momentos do primeiro trimestre do ano tenha resultado em perdas de produtividade em Mato Grosso e no Paraná, os cortes feitos nesses dois Estados foram compensados por rendimentos mais altos em outros, com destaque para o Rio Grande do Sul”, afirmou.
MILHO
No milho, a semeadura da segunda safra alcançou na quinta-feira 98% da área estimada para o Centro-Sul do Brasil, ainda de acordo com a AgRural.
“Apesar do atraso no plantio, a safra se desenvolve bem em toda a região. De todo modo, e com exceção de Mato Grosso, onde continua chovendo com frequência, muitos produtores já se mostram preocupados com a previsão de pouca chuva nesta última semana de março e na primeira semana de abril”, afirmou.
A AgRural estima a produção de milho safrinha 2021 atualmente em 80,6 milhões de toneladas, mas a projeção deverá ser revisada a partir de maio para levar em conta as condições climáticas enfrentadas pela safra em cada Estado produtor, explicou.
(Por Luciano Costa; edição de Marta Nogueira)