Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) – O dólar recuava contra o real nesta segunda-feira, em semana de agenda pesada que vai contar com expectativa em torno da instalação da CPI da Covid-19, uma enxurrada de novos dados do Brasil e dos Estados Unidos e a reunião de política monetária do Federal Reserve.
“Em uma semana de importantes eventos e indicadores a única certeza que temos é a de forte volatilidade e amplitude para a moeda norte-americana”, disse em nota matinal Jefferson Rugik.
No âmbito doméstico, já na terça-feira deve haver a instalação da CPI da Covid no Senado brasileiro, com a expectativa de que sejam eleitos os senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL), respectivamente, para presidente e relator da comissão.
No mesmo dia, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará dados sobre a inflação de abril, enquanto, no decorrer da semana, os mercados ficarão atentos ao relatório do Caged sobre a criação de empregos de março e a divulgação da taxa de desemprego no país de fevereiro.
Ficava ainda no radar dos investidores a notícia de que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), informou no fim de semana que um primeiro texto da reforma tributária será apresentado no dia 3 de maio. Ele reforçou em suas redes sociais que o Congresso tem o compromisso de votar ainda neste ano as reformas tributária e administrativa.
“A sinalização de que o Congresso pode apresentar uma versão inicial do texto … pode ser vista como um bom indicativo para a retomada da agenda de reformas”, disse Ricardo França, analista da Ágora Investimentos, em um morning call.
Enquanto isso, no exterior, o olhar dos investidores passava para a próxima reunião de política monetária do Federal Reserve, que começa na terça-feira e termina na quarta. A expectativa entre os investidores é de que o banco central dos Estados Unidos não altere sua posição acomodatícia, o que pode pressionar o índice do dólar contra uma cesta de moedas.
Os operadores também ficarão atentos a dados do Produto Interno Bruto da maior economia do mundo, em busca de pistas sobre o ímpeto de sua recuperação diante do tombo causado pela pandemia de Covid-19.
A moeda norte-americana à vista fechou a última sessão, na sexta-feira, em alta de 0,75%, a 5,4967 reais na venda, mas registrou a quarta semana consecutiva de perdas. Até agora no mês de abril, a divisa norte-americana acumula queda de mais de 3% contra o real.
O arrefecimento recente do dólar contra o real foi atribuído, entre outros fatores, a algum alívio de curto prazo no âmbito fiscal doméstico após a sanção com vetos do Orçamento de 2021.
O Banco Central fará nesta sexta-feira leilão de swap tradicional para rolagem de até 15 mil contratos com vencimento em novembro de 2021 e abril de 2022.