Relatório da ANP mostra que planta em Paulínia (SP) teve queda de 35% no refino de petróleo após o acidente, e processamento de determinados derivados chegou a zerar no período.

Por Fernando Evans, G1 Campinas e região

08/02/2019

A explosão seguida de incêndio que atingiu a Replan, em Paulínia (SP), na noite de 20 de agosto de 2018, fez com que a maior refinaria da Petrobras registrasse a menor produção em pelo menos 19 anos, período em que os dados são disponibilizados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O relatório mostra que a planta teve queda de 35% no refino após o acidente (na comparação com o ano anterior), e o processamento de determinados derivados chegou a zerar no período.

Refino de petróleo pela Replan

  • Ago-Dez/2017: 7.920.525 m³
  • Ago-Dez/2018: 5.090.883 m³

Os 16,7 milhões de metros cúbicos (m³) de petróleo refinados em 2018 representam ainda uma queda de 11% na comparação com o ano anterior.

Maior do Brasil

Responsável por 21% de todo o refino de petróleo do Brasil, a Replan produz gasolina, diesel, querosene de aviação, gás liquefeito de petróleo (GLP), óleo combustíveis, asfalto e outros derivados para atender os seguintes mercados:

  • Interior de São Paulo
  • Sul de Minas
  • Triângulo Mineiro
  • Mato Grosso
  • Mato Grosso do Sul
  • Rondônia
  • Acre
  • Goiás
  • Brasília (DF)
  • Tocantins

Com as unidades atingidas desinterditadas da ANP entre novembro de 2018 e janeiro de 2019, a refinaria em Paulínia voltou a operar com 100% da capacidade de produção em 25 de janeiro. Segundo a Petrobras, a Replan tem capacidade para processar 434 mil barris por dia, ou 69 mil m³/dia.

Derivados

Dos derivados feitos em Paulínia, alguns chegaram a “zerar” após a explosão, como os casos do asfalto e óleo combustível. Nos demais produtos, a queda chegou a 40% no período pós-explosão na comparação com o mesmo período em 2017. Confira:

Gasolina A: volume produzido na Replan

Período 2017 (m³) 2018 (m³) Variação (%)
Agosto 459.592 290.491 -36,8%
Setembro 447.430 246.949 -44,8%
Outubro 457.149 239.140 -47,6%
Novembro 416.231 274.037 -34,1%
Dezembro 491.574 316.809 -35,5%
Total 2.271.976 1.367.426 -39,8%

Fonte: ANP

GLP: volume produzido na Replan

Período 2017 (m³) 2018 (m³) Variação (%)
Agosto 108.740 63.159 -41,9%
Setembro 111.222 50.121 -54,9%
Outubro 116.793 62.790 -46,2%
Novembro 90.723 75.451 -16,8%
Dezembro 131.704 81.421 -38,1%
Total 559.183 332.943 -40,4%

Fonte: ANP

Óleo diesel: volume produzido na Replan

Período 2017 (m³) 2018 (m³) Variação (%)
Agosto 754.318 574.304 -23,8%
Setembro 747.430 456.947 -38,8%
Outubro 759.739 636.344 -16,2%
Novembro 689.873 580.072 -15,9%
Dezembro 594.593 546.330 -8,1%
Total 3.545.953 2.793.997 -21,2%

Fonte: ANP

Querosene de aviação: volume produzido na Replan

Período 2017 (m³) 2018 (m³) Variação (%)
Agosto 88.268 48.921 -44,5%
Setembro 94.382 76.326 -19,1%
Outubro 109.093 74.686 -31,5%
Novembro 132.465 62.047 -53,1%
Dezembro 172.849 99.994 -42,1%
Total 597.057 361.974 -39,3%

Fonte: ANP

O que diz a Petrobras?

Apesar da queda na produção, a Petrobras informa que não houve impacto no abastecimento do mercado após a explosão em 20 de agosto de 2018. “A entrega de produtos às distribuidoras foi reiniciada em 21/08/2018, com estoques da própria refinaria e das demais unidades de refino, garantindo assim, a oferta de combustíveis aos seus clientes”, diz trecho da nota.

“A Refinaria de Paulínia (Replan) retomou no dia 25/01/2019, cem por cento da sua capacidade nominal de produção, que é de 434 mil barris de petróleo processados por dia e que corresponde a aproximadamente 21% de todo o refino de petróleo no Brasil.

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