Essa foi a 12ª queda seguida na previsão de alta do PIB neste ano. Expectativa de inflação para 2019 subiu de 4,04% para 4,07%. Números foram divulgados pelo Banco Central.
Por Alexandro Martello, G1 — Brasília
20/05/2019
Os economistas das instituições financeiras elevaram sua previsão de inflação para este ano, ao mesmo tempo em que reduziram a estimativa de expansão da economia em 2019.
As previsões constam no boletim de mercado também conhecido como relatório “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (20), pelo Banco Central (BC). O relatório é resultado de levantamento feito na semana passada com mais de 100 instituições financeiras.
Para o crescimento do PIB deste ano, a previsão do mercado financeiro recuou de 1,45% para 1,24% na semana passada. Foi a décima segunda queda seguida do indicador.
O início das revisões para baixo na expectativa de crescimento do mercado financeiro para o PIB deste ano começou após a divulgação do resultado do ano passado – quando a economia avançou 1,1%.
No fim de março, o Banco Central estimou expansão de 2% para a economia brasileira neste ano e o Ministério da Economia projetou um crescimento de 2,2% para 2019.
Para o ano que vem, a expectativa do mercado financeiro de expansão da economia permaneceu estável em 2,50%.
Os economistas dos bancos também não alteraram a previsão de expansão da economia para 2021 e para 2022 – que continuou em 2,5% para os dois anos.
Inflação
Para 2019, os economistas do mercado financeiro elevaram a expectativa de inflação estável de 4,04% para 4,07%. A meta central deste ano é de 4,25%, e o intervalo de tolerância do sistema de metas varia de 2,75% a 5,75%.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).
Para 2020, o mercado financeiro manteve em 4% a estimativa de inflação – em linha com a meta central, de 4% para o próximo ano. No ano que vem, a meta terá sido oficialmente cumprida se a inflação oscilar entre 2,5% e 5,5%.
Outras estimativas
- Taxa de juros – O mercado manteve em 6,5% ao ano a previsão para a taxa Selic no fim de 2019. Esse é o índice atualmente em vigor. Com isso, o mercado segue prevendo juros estáveis neste ano. Para o fim de 2020, a previsão recuou de 7,5% para 7,25% ao ano. Desse modo, embora em menor intensidade, os analistas continuam prevendo alta nos juros no ano que vem.
- Dólar – A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2019 subiu de R$ 3,75 de R$ 3,80 por dólar. Para o fechamento de 2020, ficou estável em R$ 3,80 por dólar.
- Balança comercial – Para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2019 subiu de US$ 50 bilhões para US$ 50,50 bilhões de resultado positivo. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado recuou de US$ 46 bilhões para US$ 45,55 bilhões.
- Investimento estrangeiro – A previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em 2019, recuou de US$ 83,29 bilhões para US$ 82 bilhões. Para 2020, a estimativa dos analistas passou de US$ 84,36 bilhões para US$ 82,52 bilhões.