Rogério Marinho e Carlos da Costa não detalharam quais serão as medidas. Dados do IBGE indicam que o desemprego caiu para 11,8% em julho, mas ainda atinge 12,6 milhões.

Por Alexandro Martello, G1 — Brasília

18/09/2019

Dois secretários do Ministério da Economia, Carlos da Costa (Produtividade, Emprego e Competitividade) e Rogério Marinho (Previdência e Trabalho), informaram nesta quarta-feira (18) que a área econômica do governo anunciará em outubro um pacote de medidas para estimular o emprego.

Em agosto, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a taxa de desemprego no Brasil caiu para 11,8% no trimestre encerrado em julho, atingindo 12,6 milhões de pessoas. Foi a quarta queda seguida. O desemprego, entretanto, ainda é maior que o registrada no trimestre encerrado em dezembro (11,6%).

Eles deram a informação sobre o pacote após participação no IV Fórum Nacional do Comércio, em Brasília. Mas não informaram detalhes sobre as medidas.

“O que vamos fazer tem muito mais a ver com desoneração”, declarou Rogério Marinho. Ao ser questionado por jornalistas sobre como isso pode ser feito, uma vez que a estratégia anterior da área econômica para desonerar a folha de pagamentos era instituir um imposto sobre transações financeiras, ele respondeu: “Vai saber em outubro”.

Segundo Marinho, as medidas também incluirão ações relacionadas a qualificação, microcrédito, emprego propriamente dito e mediação do mercado de trabalho. O objetivo, disse, é “dar uma dinamizada no mercado de trabalho”.

Carlos da Costa afirmou que o pacote vai melhorar as condições para que as empresas contratem trabalhadores.

“Estamos arredondando [as medidas]. São coisas que estamos falando há algum tempo. Temos que dar um choque de emprego, mas por meio do setor privado. Quem emprega é o setor privado. Tem a ver com melhorar as condições de empregabilidade das pessoas e de contratação das empresas”, declarou Carlos da Costa.

Demissão de secretário

Na semana passada, o governo anunciou a exoneração do então secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, que defendia abertamente o retorno de um tributo sobre movimentações financeiras para diminuir o peso da tributação sobre a folha de salários das empresas.

A saída do secretário foi anunciada um dia depois da divulgação pelo secretário-adjunto da Receita, Marcelo de Sousa Silva, de um imposto nos moldes da extinta Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF).

No Fórum Nacional Tributário, organizado pelo Sindifisco Nacional, Marcelo Silva apresentou as alíquotas em estudo pelo governo federal do imposto sobre pagamentos, que vem sendo comparado à antiga Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF). O presidente Jair Bolsonaro é contrário à volta desse imposto.

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