Alta do metal, usado com proteção de carteira, está relacionada ao aumento de aversão ao risco nos mercados

Por André Mizutani

03/03/2020

Os contratos futuros do ouro fecharam hoje o maior ganho diário desde junho, de acordo com dados da FactSet, após o Federal Reserve (Fed) anunciar um corte emergencial de juros. O contrato do metal encerrou a sessão em alta de 3,01%, a US$ 1.644,40 por onça-troy na Bolsa de Mercadorias de Nova York.

Os investidores começam a remontar suas posições em ouro depois da forte queda sofrida pelo metal na semana passada, quando ele perdeu o nível dos US$ 1.600. Antes disso, o ouro chegou a tocar os US$ 1.691,70 por onça-troy em meio às incertezas geradas pelo coronavírus.

Embora o ouro seja considerado um tradicional ativo de proteção, a onda de vendas (sell-off) do mercado acionário americano da semana passada forçou os investidores a se desfazer das suas posições no metal para cobrir chamadas de margem no mercado acionário.

Hoje, o Federal Reserve anunciou um corte de 0,5 ponto percentual na sua meta de juros de referência, efetuando o primeiro corte entre reuniões de política monetária desde 2008.

A resposta imediata ao corte foi extremamente positiva entre os ativos de risco, mas o humor voltou a azedar com os comentários do presidente da instituição, Jerome Powell, que afirmou em entrevista coletiva que não está considerando ainda a utilização de outras ferramentas, fora o corte de juros, e reconheceu os limites da atuação do Fed.

“Reconhecemos que um corte na taxa não reduzirá a taxa de infecção, não consertará uma cadeia de suprimentos quebrada. Entendemos isso”, disse Powell. “Mas acreditamos que nossa ação proporcionará um impulso significativo à economia. Mais especificamente, apoiará condições financeiras acomodatícias e evitará um aperto nas condições financeiras que podem pesar na atividade e ajudarão a aumentar a confiança das famílias e das empresas”.

 

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