Por Lara Rizério, InfoMoney

09/03/2020

SÃO PAULO – O Ibovespa registra mais uma sessão de forte queda nesta segunda-feira (9), com Petrobras (PETR3;PETR4), Vale (VALE3) e bancos desabando à medida que as cotações do petróleo despencaram até 30%, após a Arábia Saudita reduzir os preços da commodity e com projeções de queda de até US$ 20 o barril. A B3 chegou a ter o circuit breaker acionado no início da sessão, após uma baixa de mais de 10% no Ibovespa.

As ações da Petrobras desabam 23%, enquanto a Vale cai 8% e e bancos também têm baixa de cerca de 9%. Nenhuma ação do Ibovespa avança e cerca de 42 das 73 ações do índice chegaram a cair mais de 10% na mínima do dia. Além da Petrobras e Vale, ações de siderúrgicas como CSN (CSNA3, baixa de até 17%), Usiminas (USIM5, queda de até 13%) e Gerdau (GGBR4, queda de até 13%) também tiveram baixa de dois dígitos.

Papéis de frigoríficos como Marfrig (MRFG3, baixa de até 20%), JBS (JBSS3, queda de até 16%) e BRF (BRFS3, baixa de até 11%) têm forte queda, assim como varejistas, com destaque para a Via Varejo (VVAR3), que teve queda de até 25%, também em meio aos temores com o impacto do coronavírus para a economia.

Mais cedo, os ADRs da Petrobras, no pré-market da NYSE, chegaram a cair até 20%, os da Vale tiveram baixa de 22% e do Itaú registram queda de cerca de 10% em um dia de baixa generalizada no mercado acionário.

A decisão dos sauditas, que foi interpretada como uma guerra de preços, veio após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e os aliados da Opep+ não conseguirem fechar um acordo, na última sexta-feira (06), para cortar ainda mais a produção do grupo, como parte de uma estratégia para lidar com o impacto econômico do coronavírus. A Rússia, líder informal da Opep+, não aceitou uma proposta da Opep de reduzir a oferta coletiva em mais 1,5 milhão de barris por dia.

As revisões de recomendações já começaram, com destaque para o Bradesco BBI cortando a recomendação para as ações da Petrobras para neutra.

Até mesmo ações de aéreas têm forte queda em meio à aversão ao risco do mercado. As empresas poderiam ser beneficiadas com a queda do petróleo, já que o querosene utilizado como combustível é derivado da commodity e respondeu por 32,6% dos custos operacionais das aéreas em 2019; contudo, com a aversão ao risco global e à alta do dólar,  aéreas como Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4), registram uma sessão de fortes perdas. Elas também são impactadas pelos temores de queda do turismo global com o coronavírus se espalhando pelo mundo.

As menores quedas na sessão ficam com as ações de empresas de telefonia, caso de Telefônica Brasil (VIVT4) e TIM (TIMP3), com baixa entre 3% e 4%, enquanto a Ambev (ABEV3), que registra forte queda no ano, vê seus ativos caírem cerca de 3%.

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