Projeção de retração da economia neste ano passou de 5,04% para 5,02% e estimativa de inflação subiu para 2,12%. Números foram divulgados pelo Banco Central no relatório Focus.

Por Alexandro Martello, G1 — Brasília
05/10/2020 

Os economistas do mercado financeiro elevaram sua estimativa de inflação para este ano e melhoraram sua previsão para o tombo do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020.
As expectativas fazem parte do boletim de mercado, conhecido como relatório “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (5) pelo Banco Central (BC). Os dados foram levantados na semana passada em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
Para 2020, a previsão de retração da economia passou de 5,04% para 5,02% na quarta semana seguida de melhora. Para 2021, o mercado continuou projetando uma alta de 3,5%.
A expectativa para o nível de atividade foi feita em meio à pandemia do novo coronavírus, que tem derrubado a economia mundial e colocado o mundo no caminho de uma recessão.

Nos últimos meses, porém, indicadores têm mostrado uma retomada da economia brasileira.

• Em setembro, o governo brasileiro manteve a expectativa de queda de 4,7% para o PIB de 2020.
• O Banco Mundial prevê uma queda de 8% no PIB brasileiro e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima um tombo de 9,1% em 2020.
• Em 2019, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB cresceu 1,1%. Foi o desempenho mais fraco em três anos.
• Após recuar 2,5% nos primeiros três meses deste ano (número revisado), o PIB apresentou um tombo de 9,7% no segundo trimestre deste ano – contra os três meses anteriores. Foi a maior queda desde que o IBGE iniciou os cálculos do PIB trimestral, em 1996.
Inflação

Segundo o relatório divulgado pelo BC nesta segunda-feira, os analistas do mercado financeiro elevaram a estimativa de inflação para 2020 de 2,05% para 2,12%. Foi a oitava alta seguida do indicador.

A expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta central, de 4%, e também do piso do sistema de metas, que é de 2,5% em 2020.

Pela regra vigente, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, pode oscilar de 2,5% a 5,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. Quando a meta não é cumprida, o BC tem de escrever uma carta pública explicando as razões.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).
Para 2021, o mercado financeiro baixou de 3,01% para 3% sua previsão de inflação. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.

Taxa básica de juros

Após a manutenção da taxa básica de juros em 2% ao ano em setembro, o mercado segue prevendo estabilidade na Selic neste patamar até o fim deste ano.
Para o fim de 2021, a expectativa do mercado ficou estável em 2,50% ao ano. Isso quer dizer que os analistas seguem estimando alta dos juros no ano que vem.

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