Por Fast Trade
16 outubro 2020
O dólar comercial iniciou volátil nesta sexta-feira (16), pressionado pela vertente positiva do quadro externo, apesar das turbulências em âmbito local.
O pregão de hoje sinaliza tendência de ajustes, com o enfraquecimento da divisa americana contra as demais moedas pares do real.
Lá fora, as atenções se concentravam no anúncio da Pfizer de que poderia se habilitar para o uso emergencial de sua vacina contra o Covid-19 ao final de novembro.
Nesse sentido, o clima é de preocupação, tendo em vista o aumento nas taxas de transmissão da doença em diversos países da Europa e nos Estados Unidos.
Em meio ao estabelecimento de diretrizes de isolamento social e toque de recolher, os dados positivos da balança comercial na zona do euro impulsionavam uma leve recuperação.
Ao mesmo tempo, os investidores ficaram frustrados com o anúncio do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, de que as negociações do acordo para o Brexit foram encerradas sem sucesso.
Segundo o premiê, a União Europeia se recusou a aceitar uma proposta semelhante à fechada com o Canadá, dificultando uma parceria comercial.
Por outro lado, o aumento de 1,9% nas vendas do setor de varejo dos EUA surpreendeu o mercado, apoiando a valorização dos índices.
No Brasil, o foco do momento era a situação de fragilidade das contas públicas e as declarações desencontradas de integrantes do governo.
Ontem, o vice-presidente, Hamilton Mourão, admitiu que existe a possibilidade de o Renda Cidadã ficar fora do teto estabelecido, caso o Congresso esteja de acordo, contradizendo o posicionamento do ministro Paulo Guedes.
Às 12h14 (horário de Brasília), o dólar comercial desvalorizava 0,02% contra o real, sendo cotado a R$5,6290 na venda.
Juros futuros operam mistos com temor fiscal no radar
Os juros futuros registravam comportamentos mistos diante de maior temor sobre a situação fiscal do país no curto prazo.
Além disso, o leilão de títulos do Tesouro realizado ontem concretizando a nova estratégia foi considerado ruim, porque o mercado absorveu apenas parte da oferta.
Existe uma grande preocupação com a capacidade do governo em realizar o pagamento dos R$600 bilhões que vão vencer no próximo quadrimestre e isso afetou a demanda pelos papéis.
O DI janeiro/2021 operava estável, na cotação de 1,97% e o DI janeiro/2026 caía 0,14% sendo vendido a 7,03% (7,09% no ajuste anterior).