O Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu zerar a alíquota do imposto de importação para soja e milho.

Por Fast Trade
19 outubro 2020

Esse movimento temporário é considerado uma contraofensiva à alta de preços no mercado doméstico e compreenderá ainda o farelo de soja e óleo de soja.

O comitê tomou a decisão durante a 175ª Reunião Extraordinária do Gecex, celebrada na sexta-feira passada (16), respondendo as propostas oriundas dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Economia.

Essa redução está prevista para valer até 15 de janeiro de 2021 para a soja, conforme a nota divulgada pelo ministério liderado por Paulo Guedes. Quanto ao milho, a redução de 8% para 0% valerá até 31 de março de 2021.

Um dia antes da decisão se tornar oficial, a Reuters já havia antecipado essa possibilidade de corte das tarifas na importação do milho e soja.

Tradicionalmente, o comércio operado dentro do Mercosul é isento de tributos, embora haja algumas exceções como para o açúcar e automóveis, por exemplo.

Agora, no entanto, essa diminuição acertada para a importação valerá também para países fora do bloco.

Segundo o Valor Econômico, os Estados Unidos, principais concorrentes do Brasil em vendas de produtos agrícolas em terceiros países, serão os mais beneficiados pelo movimento.

Estimativas para a soja e o milho

Ao final de agosto, o Mapa já havia sinalizado que avaliava a possibilidade de isentar temporariamente a Tarifa Externa Comum (TEC) de importação do arroz, milho e soja de países não membros do Mercosul.

O movimento tinha como propósito o equilíbrio do mercado doméstico, a fim de evitar novos aumentos de preços, fato que ocorreu recentemente com o arroz.

A disparada do preço do arroz levou o comitê executivo da Camex a zerar sua alíquota de importação até o final do ano, após o aumento na demanda interna durante a pandemia e exportações aquecidas elevarem as cotações.

Já no fim de setembro, quando teve início o plantio da safra de soja para 2020/2021, a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja) estimou um avanço de 3,8% frente ao ciclo 2019/2020 para a área semeada.

De acordo com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a soja em grãos, o farelo de soja e o milho figuram entre os cinco principais produtos exportados pelo Brasil em setembro. Assim também, o açúcar de cana em bruto e a carne bovina in natura compõem o mesmo grupo.

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