O dólar opera em queda moderada no mercado local, com notícias promissoras sobre vacinas alimentando o apetite por risco no exterior, após ter subido na sexta-feira.

Mas os investidores seguem de olho no risco fiscal do governo brasileiro e estão à espera do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que fala às 10 horas na abertura da 7ª Semana Nacional de Educação Financeira (Semana ENEF), realizada por meio virtual. O evento será aberto à imprensa. Analistas do mercado enxergam no dólar um risco potencial à inflação, que é considerada temporária pelo BC.

Também o ministro Paulo Guedes será monitorado, após ter sugerido na semana passada que poderá usar reservas para reduzir dívida pública, além de prometer voltar a defender a criação de novo imposto sobre transações financeiras digitais.

A aceleração do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) na terceira leitura de novembro mostrou quadro de inflação mais pressionado do que o esperado, segundo o coordenador da pesquisa na Fundação Getulio Vargas, Paulo Picchetti. O economista esperava IPC-S de 0,70% no fechamento de novembro, mas admite que a taxa deve ficar mais próxima de 1,0%.

Do lado fiscal, com o aumento da covid-19 em alguns Estados do País, como São Paulo, ainda que os governos locais descartem lockdown, a percepção é de que o auxílio emergencial tende a ser estendido no começo de 2021. E sem previsão de votação de medidas econômicas importantes, como a PEC Emergencial, o Orçamento de 2021 e reformas antes do segundo turno das eleições municipais no próximo fim de semana e dificilmente também em dezembro, o investidor faz ajustes de baixas moderados nos ativos financeiros seguindo o dólar fraco lá fora. Embora acumule perdas de cerca de 6,80% ante o real em novembro, o dólar ainda carrega valorização de mais de 33% neste ano.

Por Estadão

 

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