Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) – Temos esperança de que, “conservadoramente”, a economia brasileira possa crescer 3,5% neste ano, disse nesta terça-feira o ministro da Economia, Paulo Guedes, fazendo um chamamento a investidores privados e criticando demandas por impeachment do presidente Jair Bolsonaro.
O ministro destacou ainda a importância da vacinação em massa como forma de fortalecer o crescimento econômico e disse que o governo não vai subir impostos.
“A opinião pública brasileira está saturada de impostos… Tem imposto demais, é um manicômio tributário. Temos que fazer essa reforma e ela tem que ser simplificadora. Ela não pode ser um aumento de impostos”, afirmou Guedes na Latin America Investment Conference 2021
Guedes estava ao lado do presidente Jair Bolsonaro e do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo –este não fez declarações no evento.
Ao longo de toda sua fala, Guedes defendeu as ações de Bolsonaro e criticou quem ele diz estar tentando descredenciar e sabotar a democracia brasileira ao buscar desestabilizar o governo.
“Todo dia desde o início que nós chegamos aqui, todo dia tem conversa… Primeiro é impeachment porque derrubou o passarinho, depois é impeachment porque deu um tapa na cabeça da ema, depois é impeachment porque teve um assassinato lá no Maranhão, depois é um impeachment porque morreu um indígena. Isso é um descredenciamento da democracia brasileira”, afirmou Guedes.
O presidente Bolsonaro tem recebido uma série de críticas pela condução da pandemia e se tornou alvo de mais pedidos de abertura de processos de impeachment, especialmente depois do colapso na saúde pública de Manaus (AM), onde pacientes morreram por falta de oxigênio em cilindros.
Sobre a economia, Guedes afirmou que a expectativa é que o setor privado seja mais atuante e ajude numa retomada mais vigorosa da economia em 2021.
“A esperança é que a essa recuperação cíclica, baseada em consumo, que nós experimentamos no segundo semestre de 2020, se transforme em 2021 numa retomada sustentável do crescimento econômico, impulsionada por essas ondas de investimentos privados nos setores cujos marcos regulatórios nós estamos reformando.”
Segundo o ministro, a expectativa é que, assim que o Congresso retornar a suas atividades, a pauta seja desobstruída e haja progresso na proposta de independência do Banco Central e nos novos marcos legais para os setores de petróleo, gás natural, elétrico e marítimo.
“Tem muita coisa aprovada no Senado que está parada na Câmara. Muita coisa aprovada na Câmara que está parada no Senado”, disse.