Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) – Os preços ao produtor no Brasil registraram em 2020 a maior alta acumulada da série histórica diante da pressão dos alimentos, mesmo tendo desacelerado o avanço em dezembro, de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) subiu 0,41% em dezembro, depois de uma alta de 1,38% no mês anterior.

Com isso, em 2020, os preços da indústria tiveram alta acumulada de 19,40%, maior patamar da série histórica iniciada em 2014.

O IPP que mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação.

De acordo com Alexandre Brandão, gerente do IPP, entre os principais fatores para a alta dos preços no ano está a depreciação do real, o que tem impacto nos setores exportadores.

O principal impacto no ano passado foi exercido pelo setor de alimentos, que teve a maior influência entre todos os setores contribuindo com 7,11 ponto percentual para o índice, após registrar alta acumulada de 30,23% em 2020, também recorde da série.

Os quatro produtos que mais influenciaram o resultado dos alimentos foram resíduos e derivados de soja, carnes bovinas, óleo de soja e arroz, segundo o IBGE.

“Ao longo do ano, houve alguns comportamentos importantes de alguns segmentos como a grande demanda chinesa por carne, o que aumentou o preço do produto no mercado internacional”, explicou Brandão.

“Houve problema de oferta da soja, elevando os preços ao longo de 2020. Além da questão do arroz, com disparada dos preços em meados do ano, devido a escassez de oferta e aumento dos preços internacionais”, completou.

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