Leve aversão a risco prejudica as bolsas internacionais esta manhã e também atinge o Ibovespa, que tenta encontrar um norte, enquanto investidores avaliam dados dos Estados Unidos. A preocupação com o cenário fiscal e o político internos também são fatores que inibem ganhos firmes na B3 (SA:B3SA3), que na véspera conseguiu retomar os 120 mil pontos (120.355,79 pontos, em alta de 0,78%). No entanto, resultados corporativos fortes e a valorização do petróleo e do minério de ferro, na volta da China após a semana de feriado por conta do Ano Novo Lunar, são vistos como impulsionadores do Ibovespa.

O minério de ferro negociado no porto chinês de Qingdao fechou com valorização de 4,90%, a US$ 175,05 a tonelada. Às 10h52, o índice brasileiro subia 0,215, aos 120.608,83 pontos, após máxima aos 120.845,47 pontos. A mínima intradia alcançada até o momento foi aos 120.181,20 pontos.

Os índices futuros de Nova York aceleraram as perdas após os Estados Unidos informarem que as construções de moradias iniciadas no país caíram 0,6% em janeiro ante dezembro. A previsão média de analistas era de declínio de 0,5%. Já os pedidos de auxílio-desemprego subiram 13 mil na semana, a 861 mil, ante previsão 773 mil. Na Europa, a ata do Banco Central Europeu (BCE) mostrou que dirigentes concordaram que amplo apoio fiscal permanece essencial.

“Os mercados externos estão realizando mais pela alta dos últimos dias. Tivemos um feriado – meio para alguns – de carnaval sem grandes notícias em um ambiente de manutenção das incertezas”, afirma Eduardo Cubas.

Na opinião de Cubas, a alta dos juros dos títulos dos EUA de dez anos recentemente é até “saudável” e ainda não voltou ao nível pré-pandemia de covid-19. “É até saudável que suba dado o tamanho do estimulo monetário e fiscal. A tendência é que esse assunto, esse monitoramento da inflação e até onde o juro nos EUA pode ir, que acaba tendo impacto no mundo todo, vai continuar nos mercados”, estima.

De acordo com o economista-chefe do BV, Roberto Padovani, essa preocupação difusão em relação a pressões inflacionárias nos Estados Unidos e temores de eventual retirada de estímulos geram turbulência nos mercados, embora esse não tenha sido o sinal, ontem, da ata do Fed. “E os mercados no Brasil potencializam essa cautela com receios fiscais e políticos”, avalia em análise enviada a cliente e à imprensa.

A prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) após ataques ao STF e que levou a Câmara a convocar reunião extraordinária ontem para debater o assunto continua no radar dos investidores pois pode mudar o foco da pauta econômica no Congresso. “É um problema menos relevante do que a pauta das agendas, mas é algo que pode tirar o foco do que tem de fazer estruturalmente no âmbito das reformas”, avalia Cubas.

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