Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) – A atividade de serviços do Brasil cresceu em novembro pelo sexto mês seguido, diante do fortalecimento da demanda, embora tenha desacelerado o ritmo em meio a uma taxa recorde de inflação de insumos, mostrou o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla me inglês).

O PMI de serviços divulgado nesta sexta-feira pela IHS Markit caiu a 53,6 em novembro, de 54,9 em outubro, para o nível mais baixo no atual período de expansão de seis meses seguidos. Ainda assim, o índice permaneceu bem acima da marca de 50, que separa crescimento de contração.

O desempenho do setor teve como base a retomada do crescimento das vendas, com o volume de novos pedidos aumentando no ritmo mais rápido desde março de 2019.

Isso foi possível com a redução de casos da Covid-19 no Brasil e o maior acesso à vacina, o que aumentou a confiança do mercado e a demanda em novembro, destacou a IHS Markit.

Por outro lado, a demanda internacional por serviços brasileiros piorou, com o subíndice de pedidos para exportação caindo à taxa mais rápida desde março.

Os fornecedores de serviços conseguiram novos trabalhos mesmo com o forte aumento dos preços cobrados, a um ritmo superado apenas pelos observados nos dois meses anteriores.

Isso porque os custos crescentes continuaram sendo repassados para os clientes –a pesquisa registrou no mês o maior aumento dos insumos desde o início da coleta de dados, em março de 2007.

Foram citados preços mais elevados de itens como bebidas, alimentos, combustível, transporte e serviços públicos, bem como a desvalorização do real e a crise hídrica.

“É preocupante que a inflação do preço de insumos tenha atingido um novo recorde, um fator que pode diminuir a recuperação nos próximos meses, à medida que custos adicionais continuam afetando os encargos finais”, destacou a diretora associada de economia da IHS Markit, Pollyanna De Lima.

Mas o aumento da demanda estimulou os prestadores de serviços brasileiros a contratar funcionários. A taxa de crescimento da contratação foi a mais forte desde meados de 2008.

A confiança também aumentou em novembro, diante da expectativa de que a pandemia continue perdendo força conforme melhora o acesso às vacinas. O nível de otimismo foi o segundo mais robusto desde o início da pandemia de Covid-19.

Em contraste com o crescimento dos serviços, a atividade da indústria brasileira contraiu pela primeira vez em um ano e meio em novembro, o que derrubou a expansão do setor privado como um todo à mínima em seis meses. O PMI Composto caiu a 52,0 em novembro, de 53,4 no mês anterior.

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