(Bloomberg) — A equipe econômica tem defendido que o governo concentre esforços em acompanhar os efeitos da variante ômicron no Brasil pelos próximos três meses. Isso significa que qualquer decisão de despesa que não esteja relacionada à area de saúde nesse período, incluindo o reajuste do funcionalismo, deveria ficar para depois.

A pasta é contra a recomposição salarial das carreiras num momento em que a atividade ainda precisa se recuperar e há um agravamento da pandemia. Mas como o assunto é político, especialmente no ano eleitoral, os técnicos admitem que o presidente Jair Bolsonaro pode acabar cedendo.

Climão

Não é nada bom o clima entre a equipe econômica e a Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ) da Secretaria-Geral da Presidência da República. Foi a SAJ quem bancou, contra a posição da Economia, sancionar a desoneração da folha de pagamento das empresas sem compensação, o que desrespeita a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Também veio da SAJ a recomendação de veto ao Refis das micro e pequenas empresas, ignorando as sugestões da Economia para compensar a renúncia fiscal com o programa.

Isso criou um problema para o governo junto ao Congresso, que promete derrubar o veto. O governo avalia agora se é possível encaminhar um novo projeto ao Legislativo para restabelecer o benefício com compensações. Essa saída, contudo, pode bater em limitações da lei eleitoral, que bloqueia algumas medidas de incentivo. O assunto está em estudo. Se a ideia for barrada, o veto será derrubado e o governo terá que se virar para encontrar um espaço dentro do Orçamento de 2022 para bancar o benefício.

Dilema

O entorno do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, está batendo cabeça sobre como montar uma estratégia de campanha para sua candidatura ao governo de São Paulo.

Assessores próximos a Freitas avaliam que dificilmente a campanha decolará se ele for apresentado simplesmente como um nome de Bolsonaro. Por isso, defendem falar menos do presidente e mostrar um candidato que entrega obras e é bom gestor.

Ninguém escapa

O ano mal começou e o avanço da ômicron já atingiu ao menos seis governadores. Flavio Dino, do Maranhão, ACM Neto, da Bahia, Helder Barbalho, do Pará, Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, Ratinho Junior, do Paraná e Claudio Castro, do Rio de Janeiro anunciaram nos últimos dias que estão com Covid. Todos trabalham de casa e têm sintomas leves.

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