Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) – O setor de serviços do Brasil iniciou 2022 em crescimento, mas a escalada da pandemia com a variante Ômicron do coronavírus afetou a atividade, que em janeiro registrou a expansão mais fraca em oito meses, segundo a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada nesta quinta-feira.

O PMI de serviços brasileiro recuou a 52,8, de 53,6 em dezembro. Mesmo em queda, o índice seguiu pelo oitavo mês acima da marca de 50, que separa crescimento de contração, de acordo com a IHS Markit.

Embora os ganhos tenham sido associados à retomada de eventos que haviam sido adiados, à maior procura de clientes e à melhora do turismo, os empresários citaram a falta de investimentos e a piora da pandemia como fatores negativos.

“É encorajador ver que o crescimento do setor de serviços no Brasil se sustentou no início do ano, apesar da intensificação da pandemia”, disse a diretora associada de Economia da IHS Markit, Pollyanna De Lima.

Houve melhora da demanda no primeiro mês do ano, com o nono aumento mensal seguido nos novos negócios, mas a taxa de expansão recuou a uma mínima em oito meses.

Os preços de insumos aumentaram em janeiro, com as empresas destacando custos mais elevados de energia, alimentos, combustíveis, remédios, metais, transporte e trabalhistas.

Esses aumentos foram associados a escassez de oferta, crise do transporte e depreciação cambial, e os custos adicionais foram repassados aos clientes. A taxa de preços cobrados acelerou em relação a dezembro.

O aumento das vendas e projeções de crescimento mantiveram em alta as contratações em serviços, mas no ritmo mais fraco nos oito meses de expansão, compensados por demissões e dificuldades em encontrar mão de obra adequada.

Mas ainda assim os fornecedores de serviços esperam que a pandemia recue nos próximos meses, levando a uma retomada da demanda e, consequentemente, da produção.

As expectativas de estabilidade de preços e a oferta de novos serviços ajudaram ainda o otimismo a melhorar em relação a dezembro.

O setor industrial brasileiro também mostrou perda de força em janeiro e, junto com o desempenho mais fraco de serviços, levou o PMI Composto do Brasil à mínima em oito meses de 50,9 em janeiro, de 52,0 em dezembro.

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