A decisão, adotada por unanimidade pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, está dentro da expectativa da maioria dos analistas.
AFP
6 de fevereiro de 2019
O Banco Central (BC) manteve nesta quarta-feira sua taxa de referência, a Selic, em seu mínimo histórico de 6,5%, indicando sua determinação de agir com “cautela” em um cenário volátil, à espera das reformas estruturais prometidas pelo novo governo de Jair Bolsonaro.
Em seu comunicado, o Copom destaca que desde a última reunião, em dezembro, houve uma “redução dos riscos inflacionários”, mas indica que “o cenário externo permanece desafiador” e que “uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira pode (…) elevar a trajetória da inflação”.
O Copom acrescenta que “cautela, serenidade e perseverança nas decisões de política monetária, inclusive diante de cenários voláteis, têm sido úteis na perseguição de seu objetivo precípuo de manter a trajetória da inflação em direção às metas”.
O comitê, segundo analistas, deve se alternar entre a necessidade de dinamizar uma economia que, segundo estimativas, cresceu 1,3% em 2018, após registrar expansão de 1% em 2017, saindo de dois anos de recessão, e de observar o avanço e eventual impacto do choque liberal prometido por Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes.
O Copom mantém a Selic em seu mínimo histórico desde março de 2018.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) em 2018 foi de 3,75%, pouco superior aos 2,95% de 2017, mas nos dois casos abaixo do centro da meta, que é de 4,5% com 1,5 ponto de tolerância para cima e para baixo. E a projeção do mercado para este ano é de 3,94%, despertando pressões para que a Selic diminua ainda mais – facilitando o consumo e o crédito.
Esta foi a última reunião do Copom sob direção do atual presidente do BC, Ilan Goldfajn. Na próxima, em 20 de março, a nomeação de seu sucesso designado por Bolsonaro, Roberto Campos Neto, já deve ter sido aprovada pelo Senado.