Perda, porém, foi menos intensa que nos anos anteriores, em 4 anos, recuo é de 11,1%.

Por Daniel Silveira e Marta Cavallini, G1

14/02/2019

O volume de serviços prestados no Brasil caiu 0,1% em 2018 , informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (14). É o quarto ano seguido de retração, com perda de 11,1% no período. Apesar de ser o quarto resultado negativo seguido, foi o menos intenso que nos anos anteriores: -3,6% em 2015, -5% em 2016 e -2,8% em 2017.

O segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares puxou a queda do índice no ano. As atividades que mais influenciaram a retração desse segmento são relacionadas a serviços de cobrança e informações cadastrais, soluções de pagamentos eletrônicos, engenharia e segurança privada.

O outro setor que recuou foi o de serviços de informação e comunicação, devido à menor receita recebida pelas empresas do ramo de telecomunicações, segundo o IBGE.

Os destaques positivos foram para outros serviços e para transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio – neste último caso, puxados pelo transporte terrestre, que fechou o ano acumulando alta de 2,1%, mesmo após intensa queda ocorrida em maio em função da greve dos caminhoneiros. Naquele mês, registrou queda de 15,3%.

Segundo o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, o crescimento no ano foi impulsionado justamente pelo transporte rodoviário de carga, que no conjunto de serviços é o que tem maior peso. “Dentre os 166 serviços investigados, ele pesa em torno de 10%”, destacou.

De acordo com o IBGE, o recuo no ano se deu em 58,4% dos 166 tipos de serviços investigados.

Veja o desempenho das atividades no ano:

  • Serviços profissionais, administrativos e complementares: -1,9%
  • Serviços de informação e comunicação: -0,5%
  • Serviços prestados às famílias: 0,2%
  • Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: 1,2%
  • Outros serviços: 1,9%

Alta em dezembro

Em dezembro, a variação foi de 0,2% frente ao mês anterior, mantendo o quadro de estabilidade verificado em outubro (0,1%) e novembro (0,0%). A variação se mostrou 11,4% abaixo do ponto mais alto da série, que foi em janeiro de 2014. Essa distância já foi maior, chegando a -15% em maio de 2018.

“Em termos de patamar, [o volume de serviços] tem ficado estável desde setembro de 2018. É como se o setor estivesse operando no mesmo patamar em que se encontrava no final de 2016”, disse Rodrigo Lobo.

Frente a dezembro de 2017, o volume de serviços variou -0,2%, interrompendo quatro taxas positivas seguidas nessa comparação.

Apenas o ramo de serviços de informação e comunicação (0,2%) cresceu frente ao mês anterior, com a quarta taxa positiva seguida, acumulando ganho de 1,8%. O principal impacto negativo veio de serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,5%), que acumula perda de 4,3% entre setembro e dezembro.

Por estados

Em 2018, o volume de serviços no Brasil caiu em 23 das 27 unidades da Federação, com destaque para Ceará (-7,1%), Bahia (-3,3%), Rio de Janeiro (-3,2%), Paraná (-1,7%) e Rio Grande do Sul (-1,7%). Por outro lado, São Paulo (2,1%) registrou a contribuição positiva mais relevante.

Na passagem de novembro para dezembro, 18 das 27 unidades da Federação tiveram alta, com destaque para Rio de Janeiro (1,6%) e São Paulo (0,3%), com o primeiro recobrando parte da perda de 5,1% verificada entre setembro e novembro; e o último emplacando a quinta taxa positiva seguida, período em que acumulou ganho de 2,7%. Em contrapartida, as principais influências negativas vieram de Mato Grosso (-9,7%), Ceará (-6,3%) e Bahia (-2%).

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