No quarto trimestre, a estatal fechou com lucro de R$ 2,10 bilhões, ficando abaixo dos R$ 8,91 bilhões esperados pelos analistas

Por Rodrigo Tolotti Umpieres

27/02/2019

A companhia justificou o lucro por conta da redução do preço do barril do petróleo tipo Brent e das margens nas vendas de derivados, além da ocorrência de itens especiais, que totalizaram R$ 6,3 bilhões, incluindo um acordo com a ANP relacionado ao Parque das Baleias, impairment e perdas com contingências.

“Em contrapartida, houve crescimento de 6% na produção e 45% nas exportações de petróleo” destacou a estatal, que ainda afirmou que, se excluídos os itens especiais, o lucro líquido do quatro trimestre teria sido de R$ 8 bilhões, com um Ebitda ajustado de R$ 31 bilhões.

Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) este que ficou em R$ 29,16 bilhões, uma alta de 124,55% ante um ano antes, superando a projeção de R$ 28,955 bilhões dos analistas. Já a margem Ebitda passou de 17%, para 31%.

Enquanto isso, a companhia fechou o quarto trimestre com uma receita de vendas de R$ 92,72 bilhões, uma alta de 21,19% ante os R$ 76,5 bilhões registrados no fim de 2017.

No acumulado do ano passado, a estatal conseguiu registrar um lucro líquido de R$ 25,78 bilhões, conseguindo assim seu primeiro lucro anual desde 2013. Além disso, a petrolífera registrou um Ebitda recorde de 114,9 bilhões entre janeiro e dezembro.

Enquanto isso, o endividamento da companhia teve forte queda desde o seu auge, em 2015, quando era de US$ 126,3 bilhões. No ano passado, a dívida da Petrobras ficou em US$ 84,4 bilhões.

No release de resultado, a estatal destacou ainda que sua produção ficou praticamente estagnada durante os últimos cinco anos. A empresa justifica este cenário, entre outros fatores, pela “ausência de leilões de blocos de petróleo no Brasil entre 2008 e 2013, atrasos sistemáticos no desenvolvimento de projetos em parte associados às rígidas exigências de conteúdo local e o declínio natural de campos maduros”.

Itens especiais pesaram no resultado
A Petrobras, destacou que o lucro líquido do quarto trimestre teve um forte impacto de “itens especiais” que totalizaram uma perda de R$ 6,34 bilhões. Se não fosse isso, o resultado teria sido positivo em R$ 8 bilhões, disse a empresa, ficando mais próximo dos R$ 8,91 bilhões esperados pelos analistas.

Segundo a companhia, foram cinco itens que afetaram seu resultado final, sendo três itens positivos e dois negativos:

1) Ganhos de R$ 3,19 bilhões com acordos assinados com o setor elétrico;
2) Reversão de perdas de crédito esperadas referente ao setor elétrico no valor de R$ 2,50 bilhões;
3) Resultado positivo de R$ 2,366 bilhões com desmantelamento de áreas em função do alongamento do prazo até o abandono;
4) Perdas de R$ 4,99 bilhões com contingências, principalmente, o acordo com ANP para unificação do Parque das Baleiais e a arbitragem movida pela Vantage;
5) Perdas de R$ 6,43 bilhões com impairment, com destaque para campos de produção de óleo e gás no Brasil e no exterior e navios da Transpetro

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