Em dezembro, porém, houve queda de 0,4% na comparação com novembro, o segundo recuo mensal consecutivo.

Por Darlan Alvarenga, G1

13/02/2020

O volume de serviços prestados no Brasil cresceu 1% em 2019, interrompendo sequência de 4 anos sem crescimento, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o IBGE, 4 das 5 atividades pesquisadas tiveram crescimento no ano passado, com taxas positivas em 55,4% dos 166 tipos de serviços investigados.

Em dezembro, porém, o volume de serviços no país caiu 0,4% frente ao mês anterior, a segunda queda consecutiva do setor.

“Em 2018 nós tivemos uma estabilidade e agora temos uma volta ao campo positivo, lembrando que entre 2015 e 2017 tivemos uma perda acumulada de 11%, então essa alta é importante, mas ainda está longe de alcançar o melhor resultado no setor”, avaliou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

Já a receita nominal dos serviços prestados no país, cresceu 4,5% em 201 na comparação anual. Em dezembro, houve alta de 0,3% ante novembro.

No acumulado no ano, apenas 13 das 27 unidades da federação mostraram expansão na receita real de serviços. O principal impacto positivo ocorreu em São Paulo (3,3%), seguido por Amazonas (3,9%), Santa Catarina (1,2%) e Mato Grosso do Sul (3,2%). As maiores influência negativas vieram do Paraná (-2,3%) e Mato Grosso (-7,1%).

Atividades de comunicação e tecnologia puxam alta

O crescimento do setor em 2019 foi puxado principalmente pelo segmento de informação e comunicação, que acumulou alta de 3,3% no ano. Segundo o IBGE, o crescimento foi impulsionado, em grande parte, pelo aumento da receita das empresas que atuam nos segmentos de portais, provedores de conteúdo e serviços de informação na Internet e de tecnologia da informação.

“Essa atividade inclui, por exemplo, as ferramentas de busca. Esse crescimento é justificado também pela forma em que essas multinacionais fazem propaganda nas mídias sociais, o que reflete no aumento da receita”, explicou Lobo.

Outro destaque do ano foram serviços de locação de automóveis, que passaram a ser mais demandados tanto pela mudança de comportamento do consumidor, que opta por não ter carro, quanto pelo aumento de motoristas de aplicativo, que alugam veículos para trabalhar.

A única atividade que fechou 2019 no vermelho foi a de transportes, afetada principalmente pela queda da produção industrial, que influencia bastante a demanda por transporte rodoviária de cargas.

Veja a variação do volume de serviços em 2019, por atividade e subgrupos:

  • Serviços prestados às famílias: 2,6%
  • Serviços de alojamento e alimentação: 2,8%
  • Outros serviços prestados às famílias: 1,5%
  • Serviços de informação e comunicação: 3,3%
  • Serviços de tecnologia da informação e comunicação: 3,7%
  • Telecomunicações: -0,8%
  • Serviços de tecnologia da informação: 13%
  • Serviços audiovisuais: 0,5%
  • Serviços profissionais, administrativos e complementares: 0,7%
  • Serviços técnico-profissionais: 3,1%
  • Serviços administrativos e complementares: -0,2%
  • Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: -2,5%
  • Transporte terrestre: -2,7%
  • Transporte aquaviário: 2,7%
  • Transporte aéreo: -5,3%
  • Armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio: -2,5%
  • Outros serviços: 5,8%

Queda em dezembro foi a 2ª seguida

Na passagem de novembro para dezembro, o volume de serviços caiu 0,4%, segundo decréscimo seguido, com uma perda de 0,5% entre novembro e dezembro.

Três das 5 atividades apresentaram taxas negativas em dezembro, com destaque para o setor de transportes e correio (-1,5%), pressionado principalmente pelo setor de transporte terrestre (-3,7%). Os outros recuos foram dos setores de serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,3%) e de serviços prestados às famílias (-1,3%).

Já no confronto com igual mês do ano anterior, o volume de serviços avançou 1,6% em dezembro, alcançando a quarta taxa positiva consecutiva.

Regionalmente, 16 das 27 unidades da federação recuaram em dezembro ante novembro. As maiores quedas ocorreram em Minas Gerais (-2,1%), Distrito Federal (-2,7%), Mato Grosso (-5,6%), Paraná (-1,3%) e Bahia (-2,3%). Já os principais resultados positivos vieram de São Paulo (0,4%) e Rio de Janeiro (0,7%).

O índice de média móvel trimestral para o total do volume de serviços apontou estabilidade no trimestre encerrado em dezembro frente ao nível do mês anterior, após 3 meses de avanços de igual magnitude (0,7%).

PIB de 2019 e perspectivas

Na véspera, o IBGE divulgou que vendas do comércio varejista cresceram 1,8% em 2019, na terceira alta anual seguida, mas perderam ritmo na comparação com o avanço registrado em 2017 (2,1%) e 2018 (2,3%).

Já a produção da indústria acumulou queda de 1,1% em 2019, após 2 anos de alta..

O mercado financeiro trabalha com uma estimativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2019 um pouco acima de 1%, após registrar avanço de 1,3% tanto em 2017 como em 2018%. O governo projeta uma alta de 1,12% no PIB do ano passado.

Para 2020, os analistas das instituições financeiras projetam um desemprenho melhor da economia, com crescimento de 2,30% do PIB, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central.

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