Por Kim Khan

11/03/2020

Os preços do petróleo caíam na quarta-feira (11) após a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos prometerem inundar o mundo com oferta de petróleo. Um crescimento maior do que o esperado nos estoques semanais de petróleo dos EUA também ajudaram a manter os preços baixos.

Os contratos contratos futuros do WTI caíam 4,19% para US$ 32,92.

O índice de referência global negociado em Londres, o Brent, perdeu 4,11% para US$ 35,69.

Com o colapso dos cortes de produção coordenados por Arábia Saudita, Rússia e outros, o ministro de Energia saudita pediu que a produtora Aramco (SE:2222) elevasse sua capacidade de produção para 13 milhões, ante 12 milhões de barris por dia.

A empresa nacional de petróleo dos Emirados Árabes Unidos ADNOC também disse que aumentaria a oferta para mais de 4 milhões de barris por dia em abril e aceleraria os planos de impulsionar sua capacidade de produção para 5 milhões de barris por dia, meta que pretendia alcançar em 2030.

“A estratégia de choque e pavor da Arábia Saudita sugere que, para trazer a Rússia de volta para a mesa de negociações, o país pretende causar problemas severos de preço e receita para todos os produtores de petróleo”, disseram analistas da UBS em uma nota.

“A Arábia Saudita está determinada a inundar o mercado, baixar os preços o máximo possível, matar os produtores de shale dos EUA e conquistar toda a fatia possível do mercado”, disse o analista do Investing.com Barani Krishnan.

“Até a semana passada, os EUA exportavam 3,41 milhões de barris por dia em petróleo”, acrescentou Krishnan. “Será interessante quanto disso pode ser segurado com a maneira em que os sauditas estarão exportando seu petróleo. Podemos esperar ver mais importações vindo nos números da Administração de Informação de Energia nas próximas semanas, enquanto os sauditas quase dão seu petróleo de graça. Isso irá com certeza fazer com que os estoques de petróleo dos EUA cresçam.”

Os estoques de petróleo cresceram em 7,7 milhões de barris na semana terminada em 6 de março, disse a Administração de Informação de Energia. As expectativas eram de um crescimento de 2,3 milhões de barris, segundo previsões compiladas pelo Investing.com

Os estoques de gasolina diminuíram em 5 milhões de barris, ante previsões de um declínio de cerca de 2,5 milhões de barris. Os estoques de destilados caíram em 6,4 milhões de barris, em comparação com expectativas de uma queda de 1,9 milhão de barris.

“O último conjunto de dados da Administração de Informação de Energia conta uma história de alto crescimento de petróleo e queda acentuada de combustível e a narrativa pode quase inteiramente ser justificada pela queda das refinarias, que estão estáveis 90% abaixo do normal para essa época do ano, e provavelmente ficarão em 85% ou menos”, disse Krishnan.

“Enquanto o que estamos vendo agora possa ser definido como ‘demanda mais alta’, na verdade é apenas uma função das dinâmicas de refinarias”, disse Krishnan. “Coloque as refinarias novamente em força total e você veria os estoques de gasolina e destilados crescerem também.”

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