Os acionistas da Petrobras (SA:PETR4) vão eleger um novo conselho de administração no dia 13 de abril, na Assembleia Geral Ordinária (AGO) de 2022, quando vencem os mandatos de três conselheiros, após dois anos de suas eleições. Como o estatuto social da empresa e a Lei das Estatais preveem gestão unificada dos membros do colegiado, quando cai um deles, caem todos e um novo conselho tem que ser referendado pelos acionistas em assembleia.

Neste ano, o esperado é que os minoritários repitam a estratégia adotada na última eleição, em 2021, de tentar ampliar o número de representantes no conselho, segundo fontes que acompanham de perto o processo. O conselho de administração da Petrobras é composto por 11 membros, atualmente. Esse é o limite de vagas previsto no estatuto social, mas, em 2021, os minoritários se valeram de uma brecha legal para tentar elevar o número de assentos para 13. O mesmo está sendo planejado para abril.

Um dos candidatos mais prováveis é o banqueiro José João Abdalla Filho, conhecido como Juca Abdalla. Ele é presidente e controlador do Banco Clássico e o maior acionista privado da Petrobras. As articulações entre os pequenos investidores só devem ganhar força no mês que vem.

A brecha do estatuto da Petrobras que possibilita a ampliação do número de assentos é a que determina que os indicados pela União devem ser maioria no conselho. Isso significa que o governo tem que emplacar um nome a mais que o somatório dos números de representantes dos acionistas minoritários (dois – um preferencialista e um ordinarista), do representante dos empregados, mais quantos os minoritários conseguirem eleger na assembleia.

No ano passado, os pequenos acionistas tentaram emplacar três cadeiras, o que elevaria o total de membros do colegiado a 13 (5 dos minoritários, um dos empregados e sete da União). O mesmo deve ocorrer neste ano, segundo fontes.

Fim de mandato

Em abril, será encerrado o mandato da representante dos empregados, Rosangela Buzanelli, e dos dois representantes independentes dos minoritários – Marcelo Mesquita e Rodrigo Pereira. A única que já se candidatou à reeleição foi Buzanelli. Os funcionários têm até o dia 30 para definir a vaga. Ela concorre com outros 11 candidatos. Os nomes só serão conhecidos um mês antes da assembleia, em março, quando será divulgado o manual da assembleia.

A expectativa é de que Buzanelli ganhe, porque ela está sendo apoiada por todas as entidades sindicais. Indicada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) em 2020 e neste ano, ela agora tem o apoio também da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet) e da Associação dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro).

A FUP, a FNP e a Aepet costumam apresentar candidatos próprios. Mas, dessa vez, se unirão para eleger um nome que se posicione contra a venda de ativos isolados e a privatização de toda estatal.

O movimento é contrário ao dos minoritários. Essa tentativa de conquistar voz no conselho ganhou relevância após os ataques do presidente da República, Jair Bolsonaro, à gestão da empresa. Bolsonaro critica a política de reajuste dos preços dos combustíveis adotada desde 2016, que atrela os preços internos de refinaria ao dólar e à cotação do petróleo no mercado internacional. Essa política tem contribuído para encarecer a gasolina e o óleo diesel e, com isso, contrariar a base eleitoral de Bolsonaro, principalmente os caminhoneiros.

Além de Buzanelli, todo atual conselho é candidato à reeleição, já que o estatuto da empresa prevê a ampliação dos mandatos por até três vezes. No ano passado foram eleitos oito membros – o presidente da companhia, Joaquim Silva e Luna; o presidente do conselho, Eduardo Bacellar; Cynthia Silveira; Márcio Weber; Murilo Marroquim; Ruy Schneider; Sonia Villalobos; e Marcelo Gasparino.

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